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Critica Estadão (13.abr.2011)

O Grande Grito ou Mário de Andrade na trilha dos Orixás

(por Jefferson Del Rios/ Em Caderno 2/13.abril.2011)

Um dos méritos de O Grande Grito é colocar Exu em cena. O imaginário mal informado associa essa entidade africano-brasileira (Orixá) do candomblé ao diabo da iconografia cristã conservadora. Só que, como as figuras da mitologia, ele revela seus méritos. A autora Gabriela Rabelo teve a bonita idéia de juntar Exu, Mário de Andrade e Macunaíma no porão onde parte do acervo literário, documentos e material de pesquisa folclórica do poeta estão relegados ao mofo, poeira e às traças. Por sorte esse tesouro acabou salvo, mas a peça faz do ocorrido um alerta a respeito dos descuidos e agressões freqüentemente cometidos contra o patrimônio cultural da “Terrae Brasilis”. Esse é o melhor ângulo da peça pelo humor crítico e toques de poesia. Acontecimentos paralelos completam o enredo.

Mário de Andrade esteve à frente do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo na gestão do prefeito Fábio Prado (1934-1938), quando no Governo do estado estava Armando de Salles de Oliveira, o criador da USP. O departamento, uma iniciativa inovadora de grande alcance, teve entre seus formuladores personalidades de destaque, como Paulo Duarte, Fernando Azevedo, Luís Anhaia Melo(um dos fundadores da Faculdade de Arquitetura da USP), e os jornalistas Julio de Mesquita Filho e Plínio Barreto, diretores do Jornal Estado. Sua estrutura continha cinco divisões: expansão cultural, bibliotecas, educação e recreio, documentação histórica e social, turismo de divertimentos públicos. Para tais cargos, constituiu-se uma equipe de alto nível (alguns nomes: Sérgio Millet e Rubens Borba de Moraes).

Em um ambiente municipal modesto em arte e cultura, Mário de Andrade abriu outros horizontes para a capital e o Estado. A iniciativa seria seriamente danificada com o golpe de 1937 e a imposição do chamado Estado Novo por Getúlio Vargas. Mesmo assim ainda foi possível levar ao Nordeste uma missão de pesquisas folclóricas que levantou material para 179 discos e 1.300 fonogramas. Com a saída de Fábio Prado da administração, Mário de Andrade acabou afastado do Departamento de Cultura. O Grande Grito é a rememoração do período, traumático para o escritor, e a exaltação do incansável animador cultural. Pena que esse abalo cultural político-cultural eja reduzido na peça a um ato de vilania de Getúlio Vargas, figura histórica mais complexa. O Estado Novo brasileiro veio na esteira internacional de governos autoritários amplamente estudados, e Vargas, que não foi apenas um déspota latino-americano, estava com preocupações distantes da vida cultural paulistana. Intrigas e omissões provincianas tiveram peso no acontecido.

O aspecto de maio densidade do texto, curiosamente, é a parte sem base real, ou seja, a conversação do “espírito” de Mário com Macunaíma e Exu. Ai a imaginação de Gabriela voa em soluções atraentes e a representação pode ser levada com mais consistência. A segunda linha de interesse concentra-se no esforço anônimo do funcionário público dedicado que, com o auxílio de um amigo com recursos, salva o que restou do Departamento de Cultura. O que ralenta o encanto da trama é um terceiro movimento introduzindo dois jovens envolvidos em irregularidades. Eles são esquemáticos e tediosos em suas rebeldias e maus passos. Incomodam por transitarem em um realismo social chapado alheio ao tom fantasioso que cerca Mário. Surge descompasso entre estéticas e há desequilíbrio de rendimento no elenco.

O diretor Jose Renato, de honrosa biografia artística desde que fundou o Teatro de Arena, soube valorizar o melhor que Gabriela Rabelo se propôs a contar com a preocupação política de quem pertence à geração que resistiu nas ruas ao peso da ditadura de 1964, e que tem no currículo, além do Prêmio Molière de atriz, trabalhos em teatro infantil e na área educacional. O Grande Grito cresce com as convincentes e irônicas interpretações de Augusto Pompeo (Macunaíma) e Adão Filho (Exu). Ao final, o espetáculo repõe Mário de Andrade (1893-1945) na sua verdadeira grandeza. O autor de Paulicéia Desvairada – se “baixar” na platéia vai repetir sua conhecida expressão:”sou um homem feliz”.
Release 1

Grupo Luz e Ribalta da Cooperativa Paulista de Teatro apresenta:
O GRANDE GRITO
de Gabriela Rabelo/ Dir. José Renato
ESTRÉIA DE 11 DE MARÇO DE 2011 NA SALA JARDEL FILHO DO
CENTRO CULTURAL SÃO PAULO
SINÓPSE: O “espírito” de Mário de Andrade, Exu e Macunaíma estão aprisionados em um depósito de uma Biblioteca Pública. Eles interagem com personagens do mundo real e nesses dois universos explodem as questões: qual o valor do passado? Do que não podemos abrir mão sob pena de nos desfigurarmos?

A autora, Gabriela Rabelo, partiu de fatos reais para contar a história do acervo trazido pela Missão de Pesquisas Folclóricas (excursão ao Norte e Nordeste feita em 1937/38 sob a orientação de Mário de Andrade) e que permaneceu abandonado em um depósito de uma biblioteca pública no bairro da Lapa, em São Paulo.

No meio desses muitos objetos trazidos pela Missão destaca-se uma escultura firmada de Exu, que ganha vida nesse cenário e aprisiona “o espírito” de Mário de Andrade, até que este cumpra a promessa de lhe dar um lugar de honra em São Paulo. Macunaíma vem sempre visitar seu criador e esses três personagens discutem ali uma forma de cada qual retomar seu caminho.

Seu Nilton, um dedicado funcionário dessa biblioteca, vai sempre ao depósito, mas não vê os personagens “do invisível”. Ele se preocupa com o abandono daqueles objetos e procura um antigo companheiro de juventude, Dr. Flávio, agora em um importante cargo da Secretaria da Cultura, para mostrar-lhe aquele acervo.

Dr. Flávio atesta a importância dos objetos e providencia a retirada das peças na manhã do dia seguinte. Em sua casa, Seu Nilton comenta com a mulher e a filha adolescente, Rose, a importância daquele tesouro, que finalmente será preservado.

A jovem espera o pai ir dormir, rouba-lhe a chave e vai com o namorado, Frederico, até a biblioteca em busca do tesouro que poderá salvá-lo, pois o jovem vem sendo ameaçado de morte por dívidas com um traficante. Ele segue o casal e Frederico acaba sendo baleado, mas é socorrido por seu pai.

O espírito de Mário e Exu intervêm nas ações dos personagens para que o acervo siga seu rumo. Assim Exu terá finalmente lugar de honra, o espírito de Mário será liberado e poderá ir com Macunaíma para o campo vasto do céu.

Release 2

Exposição:
A vida, a obra de Mario de Andrade e a Missão de Pesquisas Folclóricas.

Inauguração dia 11 de março até 17 de abril de 2011 no Espaço Missão do CCSP

Essa Exposição integra o Projeto O Grande Grito, premiado pelo PROAC da Secretária Estadual da Cultura e pretende discutir a vida e a obra de Mario de Andrade durante o período em que ele foi diretor do Departamento de Cultura, com enfoque na Missão de Pesquisas Folclóricas (excursão ao Norte e Nordeste feita em 1938 sob a orientação de Mario de Andrade).

Junto com a Exposição estreará o espetáculo teatral O Grande Grito da autora Gabriela Rabelo, que ocupará a sala Jardel Filho, do Centro Cultural São Paulo, de 11 de março a 17 de abril. Essas apresentações serão acompanhadas de palestras/bate-papo depois do espetáculo, onde os assuntos trazidos ou provocados por ele poderão ser aprofundados.

A Exposição mostrará o material ligado à Missão, com recursos áudio visuais e fotográficos, onde informações importantes serão transmitidas ao público que poderá situar, historicamente, a peça.

A instalação da Exposição foi criada pelo artista plástico, professor, cenógrafo e figurinista Márcio Tadeu e terá a curadoria de Gabriela Rabelo que fará também a orientação da monitoria que acompanhará os agendamentos para grupos.

O Grupo Luz e Ribalta, da Cooperativa Paulista de Teatro, iniciou em 1982 suas atividades, somando hoje um total de 24 produções que conquistaram diversos prêmios: Mutirão, Mambembe, APCA, APETESP, Molière, Shell, Governador do Estado, Coca-Cola e Vento Forte. Em 2010 participou, como grupo convidado, do FestCaribe, em Santa Marta, na Colômbia, festival organizado pela Unesco.

SERVIÇO:
Exposição
Quando: de terça à sábado das 13h às 20h30
domingo das 13h às 19h30
Agendamento monitorados para grupos:
Tel: 11 3397- 4036
e-mail: visitasccsp@prefeitura.sp.gov.br


Release 3
Leitura Dramática no Museu da Língua Portuguesa
Texto de Gabriela Rabelo
O Grande Grito: “Uma história de verdade inventada”

SINOPSE: No depósito de uma Biblioteca Pública, no bairro da Lapa, foi deixado e esquecido todo o acervo trazido pela Missão de Pesquisas Folclóricas (excursão ao Norte e Nordeste feita em 1938) sob a orientação de Mário de Andrade.

No meio desses objetos uma estátua firmada de Exu ganha vida e mantém aprisionado o “espírito” de Mário de Andrade, até que este cumpra a promessa de lhe dar um lugar de honra em São Paulo. Macunaíma vem sempre visitar seu criador e esses três personagens “do invisível” interagem com personagens do mundo real levantando nesses dois universos as questões: qual o valor do passado?Do que não podemos abrir mão sob pena de nos desfigurarmos?

Participam dessa leitura os atores do Grupo Luz e Ribalta da Cooperativa Paulista de Teatro. O grupo iniciou em 1982 suas atividades, somando hoje um total de 24 produções que conquistaram diversos prêmios: Mutirão, Mambembe, APCA, APETESP, Molière, Shell, Governador do Estado, Coca-Cola e Vento Forte. Em 2010 participou, como grupo convidado, do FestCaribe, em Santa Marta, na Colômbia, festival organizado pela Unesco.

O Grande Grito é a mais nova empreitada do Grupo Luz e Ribalta. A decisão da montagem firmou-se a partir de uma Leitura Dramática do texto no Projeto “Palavra em Cena”, na Oficina da Palavra, na Casa de Mário de Andrade e das reações emocionadas que provocou. O projeto O Grande Grito foi premiado em 2010 pelo PROAC e tem estréia programada para março de 2011 no Centro Cultural São Paulo, sala Jardel Filho, com a direção de José Renato.

LEITURA DRAMÁTICA DE O GRANDE GRITO
Quando: dia 22 de fevereiro de 2011 às 19h.
Local: Museu da Língua Portuguesa/ Espaço Café
Praça da Luz, s/nº, Centro/Tel.: (11) 3326-0775