O escritor morreu em 25 de fevereiro de 1945, coberto de reconhecimento pela extensa obra e profundos questionamentos que deixou. Questões e angústias essas que não faziam parte apenas do universo de seus personagens, mas com as quais ele conviveu em seu trabalho e na sua vida.
Uma das questões primordiais para Mário era a pesquisa, a recuperação histórica e a divulgação da rica cultura popular brasileira, sempre ameaçada pelo avanço industrial e pelo ufanismo do progresso nacional.
Quando esteve á frente do 1º Departamento Cultural da cidade de São Paulo, entre 1935 e 1938, tratou de investir pesado nesse tipo de pesquisa e montou uma equipe para realizar a I Missão de Pesquisas Folclóricas, que tem sua primeira etapa realizada no Norte e Nordeste do país. Dessa viagem resulta o acervo de registros em filme, áudio, imagens, anotações musicais, considerado o primeiro "projeto multimídia" da cultura brasileira, infelizmente interrompido, quando Mário de Andrade foi demitido do Departamento de Cultura, em 1938.
O objeto dessa missão e seus desafios conduzem o enredo da peça o Grande Grito, de Gabriela Rabelo, com direção de José Renato. Nela, as angústias do escritor tornam presente o verdadeiro espírito de Mário de Andrade, um homem alinhado com seu tempo, mas que foi além dele, demonstrando constante preocupação com a educação, a cultura e o patrimônio histórico nacional. Teórico mais importante do Modernismo, a sua influência, até hoje, é imensa em praticamente todas as atividades culturais brasileiras. O resultado da Missão de Pesquisas Folclóricas, além de aspectos importantes da vida do escritor poderão ser conferidos na Exposição Paralela à peça O Grande Grito, a partir de 11 de março no CCSP.
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